sexta-feira, 3 de maio de 2013

Dermatite psicogênica em cães


É muito comum entre cães e gatos que se sentem solitários É muito comum entre cães e gatos que se sentem solitários ocorrerem casos da chamada dermatite psicogênica ou dermatite acral por lambedura. Trata-se de uma lesão de pele causada pela lambedura excessiva do animal, localizada principalmente nas extremidades dos membros (região dorsal de mãos e pés).
Pode haver uma doença de pele que provocou a lambedura como tentativa de aliviar a dor, a coceira ou outro desconforto. Mas, muitas vezes esta condição pode ter origem psicogênica e a solidão e ansiedade são quase sempre as causas principais do hábito do cão lamber seu membro.
Nestes casos, uma investigação detalhada revela que o cão passa boa parte do dia sozinho, não existe um outro cão como companhia ou o cão da mesma casa não desempenha atividade. As restrições da liberdade do cão podem ser fatores determinantes para o quadro.  Por exemplo, cães mantidos em canil por longos períodos ou os cães acorrentados podem tornar-se solitários e aliviar suas frustrações se lambendo constantemente.
A lambedura também pode ser um comportamento de deslocamento, surgindo a partir de situações de conflito, frustração ou ansiedade. Anormalidades anatômicas como por exemplo artrite, fraturas, neuropatias de aprisionamento e causas infecciosas ou inflamatórias também podem contribuir. Cães afetados começam lambendo um local, removendo pelos, causando  inflamação. A lambedura constante provoca uma área erodida (ulcerada/ferida) na pele que coça de forma estranha.
Um ciclo de coça-lambe se inicia até resultar em lesão ulcerada e firme. A lambedura da erosão ou da ferida leva a ulceração e a exposição das camadas mais profundas da pele, podendo atingir musculatura e osso. A agressão física causada no local pelo ato constante de se lamber impede a úlcera de cicatrizar e predispõe o animal a infecção secundária.
Se acredita que a dermatite acral por lambedura seja um modelo de distúrbio obsessivo-compulsivo. Assim, o tutor de um animal com esta doença precisa compreender que o problema do cão está na cabeça do animal e não nos membros. Juntos, veterinário e tutordo animal devem fazer uma boa "investigação" para concluir o que está levando o  animal a se auto-mutilar. As causas mais comuns incluem:
1-     o cão fica sozinho boa parte do dia
2-     o cão fica confinado em jaula/canil ou corredor por longos períodos
3-     há um novo animal em casa
4-     há uma nova criança em casa
5-     existe uma fêmea em cio nas proximidades mas não acessivel ao macho
6-     um novo cão veio para a vizinhança
7-     ocorreu morte na família
8-     um companheiro animal de longo tempo do cão, morreu
Em caso de dermatite por lambedura deve-se direcionar o tratamento para o comportamento psicológico em conjunto com o distúrbio cutâneo. Portanto, mesmo que se consiga diagnosticar e tratar o problema comportamental subjacente com terapia comportamental e uso de drogas, é essencial um tratamento simultâneo da lesão cutânea.
A terapia clínica da pele pode consistir em tratamento com antibióticos a longo prazo, agentes antiinflamatórios  e bloqueio do acesso à área até que a lesão comece a cicatrizar. Além de tratamento sistêmico, tópico e cirúrgico da ferida caso necessário. Medidas associadas com mudanças na relação das pessoas com o animal, na rotina do animal e no ambiente.  E, em alguns casos, é indicado o uso de medicamento com ação psicofarmacológica.

Retirado de: http://wp.clicrbs.com.br/comportamentoanimal/?topo=77,1,1,,,77

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