06 – Discorra
sobre a evolução do SUS ao longo dos anos e o que se espera de avanços para
esse sistema no futuro.
Resposta: O
Pacto pela Saúde, firmado em 2006 entre gestores das três esferas de governo,
foi um passo importante na efetivação do SUS. Entre as prioridades pactuadas
estão: Fortalecimento da Atenção Básica (com ênfase na Estratégia Saúde da
Família); Promoção da Saúde (com ênfase na prática de atividades físicas e a
alimentação saudável); Saúde do Idoso; Controle de doenças emergentes e
re-emergentes e Redução da Mortalidade Materna e Infantil. No campo das
urgências e emergências, aconteceu a implantação da rede de atendimento móvel
(SAMU) e de pronto atendimento (UPA). Também aconteceu, depois de muitos anos
de tramitação, a regulamentação do financiamento das ações de saúde e, mais
recentemente, a regulamentação da Lei Orgânica do SUS. Estas medidas, entre
outras, e algumas iniciativas na qualificação da gestão, na humanização do
atendimento e na educação permanente dos trabalhadores da saúde, vêm melhorando
o desempenho do sistema, mas ainda há muita coisa a fazer.
07 – Diante
da grande importância da atuação dos profissionais de saúde no SUS, como esse
tema deveria ser abordado e relacionado com os cursos de graduação da área da
saúde?
Resposta: A
política de saúde é umas das que mais dependem dos trabalhadores, os quais
precisam ter remuneração digna, adequadas condições de trabalho e qualificação
profissional. Para aqueles que já estão inseridos nos serviços, há necessidade
de ampliar as ações de educação permanente, tanto em termos técnicos, quanto na
humanização do atendimento. Em relação aos futuros profissionais, o Ministério
da Saúde e o Ministério da Educação vêm se articulando para garantir a
qualidade dos cursos de graduação da área da saúde, incluindo a produção de
material bibliográfico, parcerias com serviços da rede de saúde para atividades
práticas e modalidades diferenciadas de bolsas, como o PET-Saúde. Infelizmente,
em alguns cursos da área da saúde, o profissional forma-se sem ter acesso aos
conhecimentos sobre saúde pública ou coletiva e menos ainda sobre o SUS,
evidenciando uma lacuna que precisa ser urgentemente sanada. Além do apoio ao
curso de graduação, há necessidade de incentivar Especializações, Residências
Multiprofissionais e Mestrados Profissionais, para minorar os vazios
assistenciais.
08 – Elabore suas
considerações finais.
Em minhas aulas sobre
políticas de saúde, costumo fazer um exercício com os alunos, pedindo que cada
um escreva uma palavra sobre “O SUS que temos”, e outra sobre “O SUS que
queremos”. Geralmente, a primeira resposta é negativa, muitas vezes
reproduzindo a imagem veiculada pelos órgãos de comunicação, embora sempre
exista alguém que, por ser usuário do SUS integralmente, ou por ter parentes ou
amigos que trabalham no SUS, dando o máximo de si para que o sistema dê certo,
reconhecem seus méritos. A imagem que todos querem é muito parecida com os
melhores sistemas de saúde do mundo. Então eu faço mais uma pergunta: “O que
você se compromete a fazer para transformar o SUS que temos no SUS que
queremos?”. Depois de um tempo de reflexão, todos percebem que têm um papel a
cumprir nesta missão, seja como trabalhador da saúde, como usuário ou como
cidadão, consciente de seus direitos e com energia para lutar por eles, como
conselheiro ou eleitor, escolhendo bem seus representantes e cobrando deles as
medidas necessárias para que, de fato, a saúde seja direito de todos e dever do
Estado.
Matéria cedida pelo PET Farmácia, UNESP de Araraquara, escrita pelos acadêmicos Flávia Benini da Rocha Silva, Marina Soares Straci e Renan Willian Alves
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