segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O Sistema Único de Saúde (SUS) - Parte 3


O Futuro do SUS

    Fazer alguma predição sobre o futuro do SUS se torna complicado devido às falhas que o Programa tem desde sua criação até hoje. Embora sejam grandes os recursos destinados à saúde, em relação a outros setores, é possível afirmar que eles são insuficientes, visto que recursos foram redirecionados para o Programa de Aceleração do Crescimento e para as obras da Copa do Mundo em 2014. Mas diante da tempestade na saúde da economia, o governo prefere comprometer o direito universal à saúde. O Estado brasileiro contenta-se em cobrir apenas 41% do gasto em saúde, quando a maior parte dos países que optaram por sistemas universais responsabilizam-se por mais de 80% desta despesa. Não há sinais de políticas que incrementem recursos federais nos próximos anos, contemplando investimentos para a ampliação da infraestrutura e o custeio da rede de serviços. Assim, além de recursos, o SUS necessita de uma melhoria na sua administração, é preciso empenho dos conselhos regionais e dos políticos atentos às suas diretrizes para fiscalizar os recursos disponíveis a cada diretriz. Sem falar na má remuneração dos profissionais da saúde que deveria ser revista uma vez que, profissionais insatisfeitos levam a uma queda da qualidade do Programa.
    Com o envelhecimento da população brasileira, serão necessários novos planejamentos e mais investimentos voltados para este setor da população. É exatamente nisso que o governo e os administradores devem pensar a médio e longo prazo.
   O Programa tem mostrado bons resultados, como o sucesso das campanhas de prevenção, uma maior eficiência na doação e transplantes de órgãos e o programa saúde da família – que já faz parte da nova proposta de atenção à saúde, voltada para doenças crônicas.
   O futuro do SUS depende das ações que o governo está tomando atualmente. Com uma boa administração e sensata aplicação dos impostos atrevo-me a dizer que é possível sim esperar um bom futuro para o SUS. O Programa ainda tem muitos obstáculos para superar e muito para aprender, mas somente assim podemos renovar as esperanças por um sistema de saúde digno, democrático e de qualidade para todos os brasileiros.

Participação dos usuários

    O Sistema Único de Saúde é um sistema novo e em constante aperfeiçoamento. Uma forma direta de estarmos presentes nas decisões dessa construção e opinarmos nela é participando do Conselho Municipal de Saúde.
    Os Conselhos são fóruns colegiados (isto é, membros têm poderes iguais) que têm uma função deliberativa. Deliberação é resolução de questões mediante discussão. Ou seja, a função dos Conselhos Municipais é discutir mensalmente os problemas da saúde de cada município. Estes podem envolver a fiscalização das políticas públicas de saúde, confirmação de sua eficiência, formulação de estratégias da aplicação dos recursos, problemas isolados nas unidades de saúde.
    Para participar do Conselho é preciso apenas comparecer às reuniões, com direito à voz. Os participantes que possuem direito a voto são eleitos dentro de uma comissão formada em cada Unidade Básica de Saúde. Se na Unidade não houver comissão, a pessoa pode se candidatar diretamente na chapa do Conselho. Dessa forma, é possível que os problemas de cada Unidade bem como reclamações e sugestões de cada usuário sejam levados aos gestores do município. Os conselhos são formados da seguinte forma: 50% de usuários; 25% de trabalhadores de Saúde e 25% de gestores públicos, privados conveniados ou sem fins lucrativos.
    A notícia mais remota a respeito da existência de Conselho de Saúde no Brasil data de 13 de janeiro de 1937 com a Lei n. 378. Para a consolidação da rede regionalizada que constitui o SUS é preciso descentralização das decisões. A Lei nº 8.142 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema, o que garante a construção de Conselhos Municipais em todo o território nacional.
   O Conselho Municipal é, portanto, um espaço aberto à opinião de todos nós usuários, onde também é possível se informar mais sobre os andamentos da saúde do município onde residimos. O dever de construir um sistema de saúde que dê suporte à demanda populacional e seja realmente igualitário e universal é não só dos gestores mas também das pessoas que o utilizam. 

Matéria cedida pelo PET Farmácia, UNESP de Araraquara, escrita pelos acadêmicos Flávia Benini da Rocha Silva, Marina Soares Straci e Renan Willian Alves

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