Áreas de atuação
Segundo
o artigo 200 da Constituição Federal, compete ao SUS:
§ Controlar
e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,
hemoderivados e outros insumos;
§ Executar
as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do
trabalhador;
§ Ordenar
a formação de recursos humanos na área de saúde;
§ Participar
da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
§ Incrementar
em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
§ Fiscalizar
e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
§ Participar
do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
§ Colaborar
na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
SUS atualmente
No
Brasil, a saúde se constitui um direito fundamental, sendo uma garantia
constitucional, compondo um dever do Estado, que deve oferecer à população um
sistema com condições de realizar serviços com qualidade, disponibilizando o
melhor atendimento possível às pessoas.
O
modelo vigente no Brasil, como na maioria dos países, é o universal. Todo
mundo, não importa a classe social, pode e deve ser atendido em um
pronto-socorro, fazer consultas com especialistas, realizar o pré-natal e o
parto, além de exames laboratoriais, entre
outros procedimentos. Podemos citar as grandes campanhas que tornam o Brasil
referência mundial: as campanhas de vacinação, o sistema nacional de
transplantes e a assistência aos portadores de HIV como exemplos de um trabalho
sério e com resultados sólidos e positivos nos indicadores de saúde. Tudo de
graça. Além disso, também compete ao SUS outras atribuições como a fiscalização
e produção de medicamentos, o combate a doenças epidemiológicas, o apoio à
pesquisas científicas e às contribuições relacionadas ao saneamento básico, fiscalização
de alimentos, bebidas etc.
Contudo,
mesmo com números expressivos, no decurso de sua implementação, houve um
distanciamento entre as formulações legais vigentes e a concretização das ações
atinentes ao SUS, comprometendo o atendimento à população, além de não atingir
as metas traçadas para a saúde pública no país. Um exemplo da má administração
pode ser observado pelo fato ocorrido no período que foi de 2002 até o final de
2005, em que o número de leitos hospitalares diminuiu em 28 mil, sendo que
houve um aumento no número médio de internações por leito, passando de 42 para
58 no período destacado. O Brasil ressente de uma saúde pública e um sistema
hospitalar capaz de dar um atendimento digno à grande parcela da população
brasileira.
Dessa
forma, a população sai prejudicada por pagar impostos e não conseguir o retorno de um atendimento digno a saúde. Restando àqueles que não possuem
condições de atendimento no setor privado recorrer a um sistema que,
comprovadamente, é incapaz de prover um programa de saúde adequado às
necessidades existentes, revelando claramente a continuidade de desvalorização
histórica da saúde e da medicina no país, mesmo havendo uma legislação que
procura viabilizar um sistema que realmente atenda às necessidades da população
de forma ampla.
Apesar das falhas, o SUS contribuiu, de maneira
geral, com a melhoria do cenário da saúde pública no país. Sem o qual,
provavelmente, a saúde no país estaria em uma situação mais precária, uma vez
que a população mais carente não teria condições de utilizar um plano de saúde
privado e o tratamento digno de saúde seria exclusivo das classes com maior
poder aquisitivo. Por outro lado outros fatores ainda precisam ser revistos: o
Programa permanece muito centralizado e improvisado, remunera mal os
profissionais e dá margem a muita corrupção. Criou-se um Imposto Sobre as
Operações Financeiras para torná-lo mais viável, mas infelizmente esse dinheiro
está sendo desviado para outras prioridades do governo. O Brasil não tem, como
ocorre em outros países, um imposto voltado exclusivamente para a saúde, o que
poderia custear as despesas da saúde para toda população.
O SUS em números
Dados positivos (estatística de 2004)
· 64 mil unidades de saúde
· 5.900 hospitais
· 200 mil agentes comunitários
· 20 mil equipes de saúde de família
· 1,5 bilhão de atendimentos
ambulatoriais
· 12 milhões de internações
· 300 milhões de exames laboratoriais
· 1 milhão de tomografias
· 160 mil ressonâncias
· 6,5 milhões ultra-sonografias
· 8 milhões de seções de hemodiálise
· 23.400 transplantes de órgãos e tecidos
· 105 mil cirurgias oncológicas
· 140 milhões de vacinas aplicadas
Dados negativos (números de 2007)
· 13 milhões de hipertensos e 4,5 milhões
de diabéticos não têm acesso ao SUS;
· Estima-se que 25% dos portadores de
tuberculose, malária e hanseníase estejam sem tratamento;
· 10 milhões de obesos não são atendidos
de forma adequada no sistema público;
· A fila para próteses é de
aproximadamente 1 milhão de pessoas;
· Cerca de 90 mil pessoas aguardam uma
vaga para radioterapia;
· Para fazer um parto, o SUS paga menos
da metade do que na rede privada de saúde.
Fontes: Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde – Conasems e Ministério
da Saúde
Matéria cedida pelo PET Farmácia, UNESP de Araraquara, escrita pelos acadêmicos Flávia Benini da Rocha Silva, Marina Soares Straci e Renan Willian Alves
Nenhum comentário:
Postar um comentário