Para assumir o seu papel no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF),
o médico veterinário precisa conhecer a Estratégia de Saúde da Família; para
tanto, é necessário, essencialmente, entender o Sistema Unificado de Saúde - SUS.
Para uma melhor compreensão do que seja o SUS dentro do contexto “Saúde
Pública”, vale fazer um breve histórico da Saúde no Brasil.
No início do século XX não havia atendimento médico público, os pobres
recorriam a benzedeiras, curiosos e ao atendimento filantrópico, especialmente
das igrejas. Em 1923, são regulamentadas as caixas de aposentadorias e pensões:
algumas categorias de operários passam a ter direito a assistência médica e
aposentadoria. De 1937 a
1947, as ações em Saúde Pública restringiam-se ao combate das principais
endemias, e a previdência fazia a assistência médica curativa, apenas para quem
pagava a previdência.
Na década de 1950, foi criado o Ministério da Saúde. Em 1964, ocorreu a
unificação do sistema previdenciário, juntando-se todas as categorias de
operários num só Instituto. Na década de 70, ainda a Saúde Pública combatia as
principais endemias e a previdência fazia a assistência médica curativa para
quem pagava. Surgem, então, os movimentos de saúde lutando contra a política de
saúde do governo.
Na década de 80, após o movimento da reforma sanitária, surgem as ações
integradas de saúde (AIS) - inicia-se
o processo de prevenção e assistência médica. Em 1987 cria-se o Sistema
Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), que concentra o poder nos governos
estaduais.
No início da década de 90, com base no Art.196 da CONSTITUIÇÃO
FEDERAL de 1988 “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação”, foi estabelecido o Sistema Único
de Saúde (SUS).
A Lei Orgânica de Saúde 8.080/90 assegura e explica os princípios doutrinários e organizativos do SUS, constitucionalmente definidos e que norteiam a formulação da Política Nacional de Saúde:
Universalidade - todos
têm direito ao acesso e ao atendimento nos serviços de saúde do SUS;
Integralidade - a resposta às demandas das necessidades de saúde das pessoas e da coletividade deve
ser de modo completo, garantindo ações e serviços preventivo e curativo, sem
distinção;
Equidade - em
função das diferenças sociais e disparidades regionais, os recursos para a
saúde deverão ser distribuídos no sentido de favorecer aqueles que mais
necessitam de atenção e cuidados, sem discriminação e privilégios, reduzindo a
desigualdade;
Gratuidade - garantia
de que são gratuitas todas as ações e serviços prestados pelo poder público ou
por entidades privadas contratadas, sendo proibida e ilegal a cobrança de
qualquer taxa ou contribuição dos usuários do SUS;
Descentralização - refere-se
ao processo de ampliação das responsabilidades, com poder de decisão, nas três
esferas de governo, pela formulação das políticas de saúde, seu planejamento,
operacionalização, participação social e transferência de recursos financeiros
para que as ações sejam desenvolvidas;
Hierarquização - os
serviços devem ser organizados visando proximidade dos usuários e em níveis
diferentes de complexidade dos problemas de saúde, organizando-se em dois
níveis de atenção: básica (ações destinadas à prevenção e atendimento de
demandas mais comuns e imediatas) e especializada (ações destinadas ao
tratamento e atendimento de demandas mais específicas que necessitam
profissionais especializados e tecnologia).
Profa. Adolorata Bianco Carvalho
Adorei a matéria Dô!!!
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