O consumo de carne de cavalo no
Brasil praticamente é nulo, mesmo o país sendo o terceiro maior produtor e
exportador desse produto e possuindo cinco abatedouros especializados. A produção
de 15 mil toneladas por ano abastece países onde a carne é apreciada pela
maioria da população, como Itália, França, Holanda, Bélgica e Japão. Esse
mercado gera uma receita de US$ 35 mil anuais, no qual o quilo na carne é
vendido por, no mínimo, R$ 25,00. O rendimento de carcaça médio do equino é de
55%, variando de 40% a 50% nos animais mais magros e de 60% a 65% ,nos mais
gordos.
A carne de cavalo, em comparação
a carne bovina, tem uma coloração mais forte, tendendo ao vermelho escuro. Seu
gosto é mais adocicado devido ao alto teor de glicogênio, e a gordura é escassa
e fluída, a qual rodeia os feixes musculares sem misturar-se com as fibras. Ela
oferece ainda mais proteínas e ferro que a bovina. Porém, na Grande enciclopedia illustrata della gastronomia
(Guarnaschelli Gotti Marco), a carne de cavalo está em desvantagem pelo seu
sabor adocicado, cor mais avermelhada e por ter que ser servida grelhada e mal
passada.
A produção de cavalos somente
para o abate não apresenta vantagem econômica, pois ela se torna mais cara
quando comparada com outras criações como a bovina e suína, pois os equinos
crescem e ganham peso mais lentamente. Os cavalos de destino a abate são
aqueles considerados impróprios para o trabalho ou abandonados por seus
proprietários (desde que a condição de saúde do animal esteja adequada).
Cavalos atletas não são destinados à linha de produção quando terminam sua vida
de competições e treinos. O processo é feito dentro de todas as normas
sanitárias e de abate humanitário vigentes.
Em maio de 2007 o governo
americano cedeu às manifestações de grupos como Animal Welfare Institute e PETA, intituladas “matança cruel de
cavalos”, cortando as verbas destinadas a fiscalizações sanitárias nos
abatedouros. Como resultado, neste ano, todos os frigoríferos especializados em
abater cavalos foram fechados. Em 2008, com a inesperada crise econômica,
inúmeros proprietários que não tinham mais como tratar de seus cavalos os
abandonavam em beiras de estradas ou terrenos. Em 2009, o número de animais abandonados
no Colorado, por exemplo, pulou de 975 (2005) para 1,6 mil. Em virtude disso,
cerca de 140 mil animais foram mandados para Canadá e México para serem
abatidos. Sendo assim, como forma de criar mais empregos, Barack Obama, no
final de 2011, aprovou uma lei que permite destinar verba à inspeção de carne
de cavalo e reabrir os matadouros nos EUA.
O repúdio ao consumo de carne
equina no Brasil ambienta-se no fato de que os cavalos são animais de
companhia, os quais acompanham seu dono em longos períodos e fases de suas
vidas. Além disso, são considerados animais de alto nível, seja por sua força
ou beleza. Porém, o consumo de outras carnes é altamente aceito pela sociedade,
mesmo sabendo que os outros animais também são capazes de realizar tais feitos.
Você concorda com isso?
Gabriel
Luiz Montanhim (Xevetchy)

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